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Podia ser só mais um serviço, mas os laços entre a CdR e a AMCHR ultrapassam a publicidade. Em Vila das Aves, a Associação de Moradores do Complexo Habitacional de Ringe (AMCHR) tem vindo, desde 1987, a desenvolver um trabalho de cariz social muito importante na região, em especial ao nível do desporto jovem.

Joaquim Ribeiro Faria pertence à Associação de Moradores, na qualidade de Presidente – já há 20 anos –, mas a ligação ao bairro de Ringe vem desde tenra idade. Pouco dado a formalidades ou grandes “etiquetas”, o também Presidente da Junta de Freguesia de Vila das Aves ajudou-nos a voltar atrás no tempo e reviver a origem do projeto que começou num modesto campo de terra. Um projeto que retirou jovens das ruas e lhes deu um rumo.

Além desta vertente de desporto jovem, atualmente a AMCHR conta também com ATL, Cento Comunitário, Apartamento de Reinserção e Banco Alimentar – este último a ajudar 74 famílias mensalmente. A instituição fornece ainda serviço de transporte de crianças. O que foi em tempos um bairro excluído, é hoje motivo de orgulho para muitos.

Na verdade, “foi a vertente desportiva que inverteu todo o paradigma negativo da Associação de Ringe (…) conseguimos mudar estereótipos sobre o bairro”. Certo é que o desporto é transformador e todos sabemos como “o futebol move massas”. É assim nascem os Pinheirinhos de Ringe.

“Mais que vestir a camisola de um clube, preocupamo-nos em formar pessoas para a vida”, como aprendeu com o antigo orientador Adílio Pinheiro, figura querida de Vila das Aves. Foi o “Sr. Pinheiro”, antigo jogador do Desportivo das Aves, o grande mentor deste projeto desportivo.

Do começo no campo de terra à passagem para o ringue de futebol em cimento, hoje as condições são outras. “Começamos com 15 miúdos – já conseguimos ter quase todos os escalões de formação e agora temos 150 atletas”, conta Joaquim. O atual Complexo Desportivo de Ringe, agora em campo sintético, continua a revitalizar o bairro.

“O que pretendemos é educar desde cedo”. Joaquim explica que “antes eram apenas os miúdos desfavorecidos do bairro nas equipas”, mas hoje há jogadores de várias realidades em que “uns vão ensinando os outros – e a educação passa também por aí. Conseguimos ter melhores pessoas, mais humanas”. Foi em 2005 que o município “reconheceu-nos enquanto Escola de Futebol”. Surgem, então, os Pinheirinhos de Ringe para trabalhar com as crianças do bairro e abrir as portas à comunidade.

Sobre a Escola de Futebol, Joaquim conta que “conseguimos ter miúdos que começaram connosco que, neste momento, são os mais falados a nível de formação desportiva.” Os atletas, com idades entre os 5 e os 10 anos, têm representação em mais de 30 clubes nacionais e estrangeiros, nomeadamente FC Porto, Guimarães, Boavista, AS Mónaco, AD Vila do Corpus, entre outros.

A IPSS é também responsável por um dos maiores eventos de futebol infantojuvenil a nível nacional: o Torneio Internacional Escolinhas de Ringe, coorganizado com a Câmara Municipal de Santo Tirso.

Foi também a partir desta data, 2005, que começou o relacionamento com a CdR. “O Sr. Francisco sempre teve o intuito de ajudar em tudo o que podia – a primeira edição da prova teve uma grande ajuda da Casa dos Reclamos”. Atualmente, a CdR encarrega-se da imagem gráfica e comunicação visual do evento – carrinhas, medalhas, troféus, capas. Um trabalho que contribuiu consequentemente para melhorar a própria imagem do bairro.

Através de diferentes materiais publicitários – alguns dos quais desenvolvidos a partir do reaproveitamento de desperdícios – “a CdR deu visibilidade e qualidade ao torneio e engrandeceu-o”, refere.

 

Torneio Internacional Escolinhas de Ringe

Estes jovens "cheios de raça" não deixam ficar mal o nome da terra. A competição já faz parte do calendário juvenil da maioria dos clubes da região e dos nomes maiores do futebol nacional. No último ano, no Parque Sara Moreira, “juntamos os atletas com as famílias, tudo em prol de que os miúdos tenham um dia diferente”. O torneio juntou 48 equipas num total de 3.000 pessoas. No concelho de Santo Tirso, a festa de futebol dos mais pequenos é já rotulada como o maior evento desportivo realizado anualmente no município.

“É o contributo de entidades como a CdR que tornam possível a associação manter, até hoje, a mística e o objetivo da vertente desportiva da associação”. Por outras palavras, isto significa, por exemplo, que toda a gente que lá pratica desporto – 150 crianças – não paga mensalidades. Aliás, Joaquim menciona ainda que “aqui ninguém deixa de jogar futebol porque não tem um par de chuteiras”. Na verdade, quem não lhes der mais uso, deposita lá e quem precisar, pega e usa!

“Temos tido sempre uma porta aberta: quando precisamos, eles [CdR] cá estão para nos ajudar de alguma forma. Um dos nossos reconhecimentos, por exemplo, é colocar a Casa dos Reclamos nas camisolas.” Joaquim conta: “vamos retribuindo dentro das possibilidades da associação”, mesmo que isso signifique “meter as mãos à obra”.

 

Mundialito do Algarve

Os Pinheirinhos de Ringe brilharam em edições anteriores do Mundialito do Algarve, por onde já passaram figuras emblemáticas do futebol. No escalão de pré-escolas e escolas, este evento de grande impacto social junta equipas de mais de 30 países.

Joaquim Ribeiro Faria conta como esta foi “uma oportunidade única”, onde a formação teve a chance de jogar frente a equipas como Barcelona, Everton Ajax ou Inter de Milão.

 

Sobre a CdR

“Humildade, generosidade, empatia”. É isso que diferencia as pessoas, acrescenta. “Identifico-me muito com eles [CdR] e com a maneira como lidam com as pessoas, independentemente de quem forem”, conclui. Ainda se mantém uma empresa familiar e próxima da comunidade, de braços abertos. Esta postura e espírito de entreajuda vão passando entre colaboradores e a CdR é um espelho disso mesmo.

 

Notas sobre o futuro da AMCHR

“Não é fácil passar o testemunho”, revela. No entanto, o Presidente anseia por colaborar com as gerações futuras da CdR, mantendo o que foi feito até então com a mesma filosofia e identidade.